REALIDADES VIGENTES. CORPORALIDADES FUTURAS.
@ Diego MAC
As atividades do III EiDCT no mês de outubro contará com conferências, laboratórios e mostras artísticas que abordarão o tema Realidades Vigentes. Corporalidade Futuras com o objetivo de abrir um espaço de reflexão sobre o termo realidades estendidas (XR), a qual inclui a realidade virtual, aumentada e mista, e para compreender como elas estão sendo articuladas com a dança, o teatro e as performances. Considerando a profusão do contexto digital pulsante no cotidiano de toda a sociedade contemporânea, ponderamos se a realidade vigente já não engloba o que, até então, se considerava uma expansão ou extensão do real vivido.
Esperamos que este evento seja um espaço para reflexões críticas, debates construtivos e experimentações artísticas através das corporalidades - possíveis neste presente, vislumbradas em um futuro - nas artes da cena.
CONVIDADOS
INTERNACIONAIS
Gilles Jobin
Gilles Jobin é coreógrafo, baseado em Genebra, cujas produções têm sido apresentadas em todo o mundo desde 1995. Ele começou coreografar em 1995 e possui obras de dança renomadas como A+B=X (1997), Braindance (1999), The Moebius Strip (2001) e Under Construction (2002). Hoje, o coreógrafo se concentra em tecnologia e inovação para projetos de arte ao vivo, sendo reconhecido como uma das principais forças criativas no mundo XR. Seus projetos inovadores de VR e AR foram apresentados em grandes festivais, incluindo Sundance e a Bienal de Cinema de Veneza. Ele é regularmente convidado como palestrante internacional sobre dança e tecnologia na Europa, Ásia e América do Norte e do Sul. https://www.gillesjobin.com
Foto: Magali Dougados
Susana Panadés Diaz
Dançarina contemporânea radicada em Genebra e intérprete principal da Cie Gilles Jobin desde 2004. Ela dançou em vários projetos inovadores, incluindo a peça de realidade virtual VR_I. Especializada em mesclar dança e tecnologia, ela também cria seus trabalhos coreográficos e colabora diretamente com tecnólogos e dançarinos.
Foto: Magali Girardin
Claudix Vanesix
Claudix Vanesix (elu/delu) é artista XR do Peru que reside na França. Seu trabalho desafia o sexismo e o racismo na vida social digital e reflete sobre seu impacto no mundo físico. Claudix cria performance e arte de Realidade Virtual que desafia a narrativa da inevitabilidade tecnológica ao misturar novas tecnologias com tradições ancestrais.
Martin Kusch
Dirige o grupo de performance digital kondition pluriel, Montreal, e o laboratório fulldomeXR da Universidade de Artes Aplicadas de Viena, onde é pesquisador professor adjunto. Sua prática se concentra em mídias digitais, virtuais, interativas e instalações performáticas e ambientes imersivos.
III Encontro internacional e interdisciplinar Dança, Cognição, Tecnologia
Realidades Vigentes. Corporalidades Futuras.
O III Encontro internacional e interdisciplinar Dança, Cognição e Tecnologia (EiDCT) conta com uma programação distribuída ao longo deste ano de 2024. Uma das atividades principais são os LabDCT, laboratórios com foco experimental e interdisciplinar, que promove uma investigação prática e reflexiva sobre as artes da cena (dança, teatro, performance, circo) criadas através da mediação tecnológica e das poéticas digitais.
Em abril, realizamos o LabDCT1 - “MI_Gira”, uma residência artística com a conexão “Mulheres da Improvisação” que contou com participação especial do ONúcleo. Em julho, apresentou o LabDCT2 - Dito e Feito, palestras performances em experimentação, coordenado pelo professor e artista Felipe Ribeiro dentro do Traço - núcleo de performatividades da imagem do Programa de Pós-Graduação em Dança - PPGDan/UFRJ.
Neste mês de outubro, o III EiDCT abordará o tema “Realidades Vigentes. Corporalidade Futuras” com atividades que pretendem estimular uma reflexão sobre o termo realidades estendidas (XR), a qual inclui a realidade virtual, aumentada e mista, para compreender como elas estão sendo articuladas com a dança, o teatro e as performances. Considerando a profusão do contexto digital pulsante no cotidiano de toda a sociedade contemporânea, ponderamos se a realidade vigente já não engloba o que, até então, se considerava uma expansão ou extensão do real vivido. Levantamos a discussão sobre quais serão as consequências das corporalidades quando avatares começam a fazer parte da cena, podendo também se utilizar de imagens construídas por inteligência artificial, ou ainda, quando as artes da cena, cada vez mais, tornam-se presente em ambientes digitais. Portanto, percebemos que estamos diante de novas configurações artísticas, de corporalidades sintéticas (“biogital”), as quais solicitam outros processos de criação e outras formas de imersão e fruição do público.
Pretendemos assim, dialogar com as diversas perspectivas sobre as corporalidades em um futuro cada vez mais digitalizado, reconhecendo a importância também do corpo ancestral, físico, biológico, linguístico, para a experiência humana e estética. Interessa colocar em pauta as descobertas e criações de artistas e estudiosos do campo da dança, do teatro e da performance que se utilizam “das realidades” (virtual, aumentada, mista) e da inteligência artificial em suas criações. Portanto, o intuito é ampliar e fortalecer as discussões sobre a virtualização nas artes do corpo a partir de distintas compreensões de corporalidade e seus processos estéticos e de sensibilização.
Esperamos que este evento seja um espaço para reflexões críticas, debates construtivos e experimentações artísticas através das corporalidades - possíveis neste presente, vislumbradas em um futuro - nas artes da cena.
@ Gilles Jobin
HISTÓRICO
O Encontro Interdisciplinar Dança, Cognição e Tecnologia (EiDCT) foi idealizado pela artista e pesquisadora Ivani Santana como uma das ações do seu projeto “A percepção de um(a) improvisador(a). Estudos sobre a cognição situada para o incremento criativo e estético” contemplado pelo Edital Universal (CNPq, 2016-2022). Organizado pelo seu grupupo de pesquisa Poéticas Tecnológicas: corpoaudiovisual (GP Poética), o EiDCT foi realizado pela primeira vez em 2016, no Teatro Martin Gonçalves, e promovido pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cências, da Universidade Federal da Bahia. O II EiDCT ocorreu de forma híbrida durante a pandemia, contou com a parceria do artista Daniel Argente, ocorrendo de forma presencial na Universidad de La República, e com a co-produção do Programa de Pós Graduação em Dança (PPGDan), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A partir deste ano, o PPGDan torna-se a instituição anfitriã do evento.
Nosso objetivo tem sido em criar um espaço de discussão, apresentação, aprendizado e prospecção sobre a relação do corpo contemporâneo nas Artes Cênicas, tendo como um dos focos principais o campo da dança, mas não se restringindo a ele. Os três termos basilares são formados por eixos entrelaçados, a saber, pensamento, reflexão e ação. A razão para isso é por compreendermos que a mente é uma sistema emergente e integrada ao corpo de seres vivos, cognoscentes, os quais estão em constante interação com seu meio ambiente e com todos os elementos e seres que ali estão. Essa corporalidade atuante na dança, na performance, no teatro, no circo, é percebida como pertencendo ao contexto da cultura digital. A tecnologia deve ser vista para além da relação funcional utilizada em determinadas proposições artísticas, uma vez que se trata de um dispositivo que exerce poder em todas as instâncias da vida, desde o contexto privado até as relações sociais, econômicas e culturais. A pessoa, imersa nesse meio, produtora das artes do corpo, carrega com ela as implicações desse contexto pelo qual percebe, experiencia e age. Queremos trazer para a discussão no EiDCT a Arte que - inevitavelmente - reflete o mundo contemporâneo que vivemos.